Saiu entrevista no blog Corujando Nos Livros, de Patrick Rosário!
Acabei contando tuuuudddo!!! Querem conferir? Bóra!!
Beijinhos grandes!!
ENTREVISTA:
1. Como foi o seu início na literatura? Quais as dificuldades e apoios que você obteve para que sua primeira obra viesse a ser publicada oficialmente?
Sempre fui uma “apaixonada” por histórias – adoro ouvir e me empolgo muito em contá-las. Acredito que isso faz parte de mim, enquanto criança sempre tive esta facilidade natural de me expressar, seja na oralidade ou na escrita. Todavia “pô-la” no papel “oficialmente” – numa obra literária – honestamente surgiu-me sem grandes pretensões e estratégias. Tive a sorte em receber total apoio de meu esposo e uma resposta quase que imediata da primeira editora que enviei.
2. Como surgiu a ideia inicial para a criação de Na Mala do Imigrante?
Surgiu de uma madrugada de insónia, onde os “porquês” da chegada dos “quarentas” me roubaram o sono assim como também as minhas hormonas, rsrsrs. Mas este tema fará parte do lançamento do terceiro livro (Outubro 2016) – notícia em primeira mão pra você, heim. ;)
Uma vez que abri mão de minha profissão (jornalista) para dedicar-me à família; senti, em determinada altura da minha vida, que esta “ânsia” da comunicação me cobrava um espaço. Voltar para a TV…pouco provável. Mas que tal colocar tudo o que passava “aqui dentro” em livros??? Eureka! E assim já tenho 5 escritos e uma colecção infanto-juvenil a caminho…
3. Já que seu livro é baseado em fatos reais, como foi esse processo de ouvir e adquirir essas informações?
Vivi quase 8 anos em Londres. O próprio dia-a-dia me proporcionou muiiiito. O fator de possuir também a nacionalidade italiana, me colocava em uma situação mais favorável, a que me permitia “assistir” situações sem o emocional de passar por elas. A capacidade de observação de todo o processo e de todo o envolvimento emocional externo, o que nos dá uma visão mais ampla.
Dificilmente quem passa pela situação encontrará forças, humildade ou até mesmo discernimento em contar o ocorrido em uma visão crítica ou de aprendizagem. Com raras exceções. O normal é a emoção suplantar a razão..
4. De todas as histórias contidas neste livro, existe alguma que mais te tocou em escrever? Se sim, nos explique.
É muito difícil eleger uma. O difícil na verdade foi ao eliminar muitas, rsrsrs, isto o leitor só saberá agora. Escrevi quase 20 histórias. A selectiva foi a ordem cronológica que quis dar às histórias. Por exemplo: Haviam três outras histórias que se passaram na fronteira de imigração, mas para mim, entendi que o do sr….aqui caracterizado por Gonzales (o nome real dele,dia destes, quase me ia escapando em uma entrevista de rádio, rsrsr) teria um peso emocional e de aprendizagem maior. A história deste senhor me traz sempre às lágrimas e para escrever, foi a história mais difícil de compor, não pelo conteúdo, que estava tudo ali em minha mente, mas no controle das emoções…E nem mesmo agora é fácil controlá-las.
5. ALGUMAS editoras finalmente estão deixando um pouco de lado os escritores internacionais e se voltando para os nacionais. O que você tem a falar sobre isso? Você acha que os leitores brasileiros estão valorizando mais a literatura nacional?
Infelizmente estou fora do Brasil há quase 18 anos…Não posso lhe precisar esta questão. Todavia, frente ao atual movimento literário brasileiro e sua expressividade- inclusive com jovens escritores- sem dúvida temos visto um crescimento positivo e progressivo. Obviamente não posso deixar de citar a facilidade atual do acesso. Os meios de comunicação virtual, a produção e o consumo do mundo literário está cada vez mais acessível e isto cria uma nova geração de escritores e consequentemente leitores. assim, é certo que o mercado de publicações tenha que se adequar e adaptar às novas realidades, valorizando o crescimento local/nacional. É na verdade, ao meu ver, mais uma resposta à demanda-procura do que uma valorização qualitativa…
6. Quais os seus autores favoritos e qual livro você está lendo no momento?
Sou apaixonada por quase tudo, considero-me muito ecléctica e até por vezes contraditória, rsrs.
Leio muito mia couto, e atualmente estou mais focada na literatura clássica francesa – estou lendo “La Princesse de Clèves” – de Marie-Madeleine de La Fayette.
7. Como é a sua relação com os seus admiradores e leitores brasileiros?
Sou extremamente grata pela cordial recepção que tenho experimentado, contando que sou uma “novata” no ramo, rsrsrs. Procuro sempre responder à todos e sempre sou (como sempre fui quando trabalhava na TV) uma pessoa bem acessível. Eu sou da filosofia que ninguém é melhor que ninguém – talvez apenas temos algumas oportunidades diferentes de outras pessoas. Se vier à ter êxito na minha escrita, certamente devo ao leitor, porque ninguém escreve pra sí só, não é??
8. Você nasceu e cresceu no Brasil, morou um período na Inglaterra e atualmente reside em Portugal. Com isso, devo afirmar que conquistou inúmeras amizades e conheceu pessoas maravilhosas, além de sua família. Como você administra em sua mala, o quesito SAUDADE?
Difícil, difícil, difícil. Só vivendo. Mas vivo…E aprecio, cada dia o seu dia. Os que estão por perto são amados e os de longe nunca serão esquecidos. Não é à toa que saudade seja uma palavra de exclusividade da língua portuguesa, tamanha sua complexidade – não há tradução perfeita para ela – porque não se define, se sente. Mas a saudade ensina. aprendemos muito com este sentimento. Os reais valores vêm à tona e isto é ótimo. Me sinto privilegiada em sentir saudade…
9. Qual a sua maior gratidão?
O dom da vida. A saúde e a paz. E a maravilhosa oportunidade de desfrutar de tudo isto acima citado, com pessoas que te amam pelo que você é.
10. Qual dica ou conselho você deixa para quem quer iniciar uma carreira como escritor?
Os críticos que me critiquem, rsrsrs mas sou assim:
– Fuja das regras – ouça o seu coração; escreva com a alma!
– Não escreva para impressionar, mas seja surpreendido pela impressão que surtirás ao revelar o que de melhor tens: As ideias, as convicções, a sensibilidade das recordações;
– E por fim… Escreva por prazer, porque de “business” o mundo já está cheio. Talvez , se seu prazer se converter em business será por merecimento e não por intenção banal.
Lígia, muito obrigado por essa entrevista maravilhosa, você foi muito gentil em nos conceder um pouco de seu tempo para nos dizer mais sobre sua vida e trabalho de sucesso.
Deixo esse último espaço para você nos deixar qualquer recadinho. A palavra é toda sua!
Beijinhos no coração e… Nunca se esqueçam de ser feliz!!!
Nesta vida, o bilhete é só de ida!!
LPB
Pode conferir também em:
http://corujandonoslivros.blogspot.com.br/2015/11/entrevistando-ligia-pereira-boldori.html